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Golf e Focus brigam no pódio

Entre os mais vendidos hatches médios do mercado, Volkswagen Golf e Ford Focus se encaram nas versões de entrada

27/05/2014 - Texto e Fotos: Thiago Moreno / Fonte: iCarros

Ocupando, respectivamente, a segunda e a terceira colocação entre os hatches médios mais vendidos, Ford Focus e Volkswagen Golf brigam entre si em suas versões de entrada para ver quem tem os melhores predicados para bater o Fiat Punto, líder do segmento com 10.176 unidades vendidas até abril segundo dados da Fenabrave. Vale ressaltar que a liderança do modelo feito em Betim se deve à grande oferta de versões e, dessa forma, uma faixa de preço mais extensa, como a de entrada, que sai por R$ 43.450, enquanto os demais rivais já têm preços superiores a R$ 60 mil mesmo em configurações de entrada.

O Focus, com 7.773 emplacamentos no período, ocupa a segunda colocação e tem como arma sua plataforma global e versões mais em conta com o motor 1.6 Sigma flex de 135 cv com etanol, também usado no Fiesta. A versão S de entrada custa R$ 61.590. A SE, equipada como a unidade avaliada pelo iCarros, já sai por R$ 64.690. Porém, a configuração intermediária traz direção com assistência elétrica, ar-condicionado, airbags frontais e laterais, piloto automático, sensor de estacionamento traseiro, rodas de liga leve de 16” e rádio com conectividade via Bluetooth, USB e iPod.

Novato na categoria e na terceira colocação, o Golf teve 6.539 unidades vendidas até abril. Porém, é o mais caro da turma. Mesmo na recém-apresentada versão de entrada Comfortline 1.4 turbo a gasolina de 140 cv, o modelo custa R$ 66.990 e traz os mesmos equipamentos que o rival da Ford com o acréscimo de sistema start/stop e controle eletrônico de estabilidade.

Mais é sempre mais no papel

Apesar de um pouco mais caro, o Golf já leva vantagem sobre o Focus na lista de equipamentos de série. Além de mais potência, o hatch da VW dá um banho de torque no rival. São 25,5 kgfm disponíveis no pequeno bloco 1.4 graças ao uso da turbina. Apenas aspirado, o motor 1.6 da Ford gera apenas 16,7 kgfm com etanol.

Equipados com transmissões manuais, mais uma vantagem para o Golf, que tem seis marchas. O Focus tem cinco, o que é mais comum no segmento. Para quem optar por dar um descanso ao pé esquerdo, ambos oferecem configurações com câmbio de dupla embreagem, sendo que o da Volkswagen tem sete velocidades contra seis da Ford.

Mas o Golf exige bastante cuidado na compra. Apesar de um preço convidativo na entrada, um modelo como o das fotos (Highline com bancos em couro, teto-solar e assistente de baliza), pode jogar o preço do hatch acima dos R$ 92 mil, mais caro que um Audi A3 de entrada (R$ 90.600). O Focus, mesmo na configuração mais cara - Titanium Plus 2.0 Powershift - custa R$ 88.890.

Com um preço mais elevado, o VW compensa com um acabamento mais esmerado, com arremates mais bem feitos e materiais macios ao toque no painel e nas portas, mesmo na configuração Comfortline. Já no Focus SE 1.6, a parte superior do painel recebe o mesmo tratamento, mas na porção inferior e nas portas os plásticos rígidos começam a aparecer.

Espaço e visual

Golf e Focus têm medidas similares. Ambos contam com 1,5 m de altura, 1,8 m de largura e 2,6 m de entre-eixos. O Ford tem ligeira vantagem em comprimento, com 4,4 m contra 4,2 m do VW. Porém, isso não se traduz em espaço interno. Enquanto o Golf consegue carregar cinco passageiros adultos com sobra de espaço para joelhos e cabeça graças ao seu formato mais quadrado, o Focus é melhor compartilhado em até quatro pessoas. Em cinco, o hatch da Ford obriga quem vai nas laterais traseiras a conviver com o forro do teto bem próximo à cabeça, enquanto o espaço para as pernas é apenas suficiente atrás dos bancos dianteiros.

Mas é o hatch com o oval azul no capô que chama mais a atenção na rua. Com linhas mais fluídas e de curvas abundantes, o Ford atrai os olhares. Já o VW é vítima de sua própria funcionalidade. A forma quadrada, ressaltada pelo padrão mundial da VW, passa por vezes despercebidas. É o preço a se pagar pelo melhor aproveitamento do espaço interno.

Dirigibilidade e desempenho

Ponto alto do Focus desde a primeira geração, a dirigibilidade continua sendo um dos destaques do hatch na terceira. Com suspensão independente nas quatro rodas e acerto mais para o firme, o carro agarra bem em curvas, mesmo quando o motorista abusa do acelerador. Não há drama: é só virar o volante e afundar o pé direito no assoalho. Os pneus não chegam nem a assoviar. A direção elétrica do Focus ganha firmeza com a velocidade e transmite segurança ao motorista, além de permitir mudanças de direção precisas e ágeis.

Seria um conjunto perfeito, mas (sempre tem um “mas”) com o bloco 1.6, o Focus sente falta de mais fôlego. As acelerações levam tempo e as ultrapassagens exigem uma ou até duas reduções, fazendo o motor passar dos 4.000 rpm para obter algum desempenho. O câmbio com engates firmes e precisos ajuda, mas não há milagre quando se colocam na equação os 1.312 kg do hatch e o motor usando originalmente em modelos compactos.

Onde o Focus encontra seus pontos mais fracos, o Golf tem seus atributos mais fortes. O hatch da VW tem 1.218 kg, quase 100 kg a menos que o rival, e um torque superior. É quase um bloco 1.0 a mais de força - a diferença é de 8,8 kgfm. Em qualquer rotação acima de 1.500 rpm a turbina do hatch enche rápido e o Golf arranca em qualquer marcha. Quer subir ladeira de sexta? Tudo bem, deixe a giro na faixa correta que o carro aguenta. O VW não perde embalo, faz retomadas sem a necessidade de reduções e, com o sistema que desliga e liga o motor automaticamente em paradas mais longas, preocupa-se também com a economia de combustível.

O Golf também conta com suspensão independente nas quatro rodas, mas a Volkswagen trabalhou bem na maneira com que os amortecedores filtram as imperfeições do asfalto. o carro é mais confortável e, mais leve, faz curvas tão bem quanto o rival. A diferença é que o hatch da VW faz tudo isso sem divertir, pois a veia esportiva ficou apenas para o GTi.

O Focus, mesmo sendo mais fraco, transmite o comportamento da carroceria para o motorista de maneira mais constante e permite que o condutor saiba exatamente o que cada parte do carro está fazendo durante o contorno da curva. O Golf faz essa mesma curva tão bem quanto o rival, mas o motorista nem percebe.

Escolha de Thiago Moreno - Mais barato e divertido ao dirigir, o Ford Focus sente muito a falta de um motor mais potente, pelo menos nas versões 1.6. O Golf não deixa dúvidas quanto à superioridade em desempenho, é mais leve e equipado que o rival e leva o comparativo mesmo sendo um pouco mais caro. Como ambos não saem pode menos de R$ 60 mil, porém, vai ser difícil tirar o Fiat Punto da liderança. Mais por uma questão de preço que de mérito.

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