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O que a eletrificação dos veículos muda em sua vida?

Carros híbridos e elétricos deixam de ser promessa e se tornam mais comuns nas ruas

28/03/2024 - Henrique Koifman/ RF1 / Foto: Divulgação / Fonte: iCarros

Não faz muito tempo, carros híbridos e elétricos faziam parte daquelas modernidades tecnológicas meio distantes, que a gente sabe que já existem e até são usadas em países “mais adiantados”, mas não se sabia quando vão chegar por aqui. Pois já chegaram e, aos poucos, vão se tornando comuns em nossas ruas.

A eletrificação, porém, ainda está só começando. Esse “comuns” aí em cima se refere aos cerca de 5% do total de veículos vendidos em nosso país em 2023, dos quais aproximadamente 1% foram EVs (puramente elétricos) e os outros 4% híbridos, em suas variações leve (MEV), convencional (HEV) e plug-in (PHEV)*. 

(*) Explicamos detalhadamente cada um desses tipos de modelos nesta matéria aqui.

Já há modelos híbridos, inclusive, sendo produzidos aqui no Brasil, por marcas como Toyota e BMW, e muitos outros vêm por aí – já que investimentos de 95 bilhões de reais aqui foram anunciados pelas montadoras para os próximos anos, direcionados justamente para esse tipo de tecnologia.

Quanto aos elétricos, duas marcas chinesas que já estão com fábricas em construção por aqui, a BYD e a GWM, prometem colocar modelos movidos por baterias em linhas de montagem locais já no ano que vem.

São dessas duas marcas, aliás, os três recentes lançamentos de carros elétricos que mais barulho – a despeito de serem muito silenciosos – fizeram. Apresentado em junho do ano passado, com preços a partir de R$ 150 mil, o BYD Dolphin se tornou rapidamente o EV mais vendido entre nós, chegando às 6.800 unidades ainda em 2023.

Até então, pelo mesmo valor, os brasileiros só poderiam comprar modelos menores e menos equipados, como Renault Kwid e-tech, Jac e-JS1 e Chery iCar – que rapidamente tiveram seus preços reduzidos, aliás. Todas as demais opções elétricas, como as da Volvo, eram bem mais caras.

No final do ano, foi a vez do estiloso GWM Ora 03 chegar, com preços que também começavam em cerca de R$ 150 mil e conseguindo, de cara, boas vendas pela internet. E, no final de fevereiro último, aterrissou no Brasil por R$ 115 mil outro BYD, o Dolphin Mini, com 3.500 unidades vendidas já no primeiro dia.

Qual será, de fato, o impacto da eletrificação dos carros?

Comecemos pelos modelos 100% elétricos. Num primeiro momento, o principal efeito dessa pequena enxurrada de EVs já está sendo a percepção de que nossas cidades ainda não estão realmente prontas para eles. 

Para quem tem ponto de recarga na garagem (de casa ou do trabalho), não há muito o que reclamar. Mas para os que dependem de estações públicas de recarga, a coisa está um pouco mais complicada, com relatos de horas de espera para poder reabastecer as baterias. 

Um problema que, no entanto, tende diminuir relativamente rápido, pois novos eletropostos estão sendo abertos em quantidade. Além disso, diversas empresas já estão oferecendo, por venda ou aluguel, a instalação das chamadas wall-boxes, equipamentos para recarga compatíveis com as garagens dos condomínios mais modernos. 

E, mesmo quando o prédio é mais antigo, não é tão complicado ou caro assim pedir um aumento de carga à distribuidora local de energia e reformar o sistema elétrico para permitir essa instalação. Nada que possa, no entanto, ser feito de uma hora para a outra, claro.

Nesse sentido, muita gente fica preocupada com o volume maior de energia que será necessário para recarregar esses carros, se as nossas cidades estariam preparadas para isso. A resposta é, com quase 100% de certeza, sim. 

Em primeiro lugar porque o consumo desses carregadores de baterias não é muito maior do que o de um aparelho de ar-condicionado de capacidade média. Em segundo, porque dificilmente a quantidade de carros elétricos crescerá tão rapidamente a ponto de sobrecarregar os sistemas.

No que diz respeito aos carros híbridos, ainda que sejam do tipo plug-in (recarregáveis), esse tipo de problema deixa de ser tão preocupante. Na falta de um ponto de recarga próximo, o motorista seguirá usando o motor a combustão, até poder ligar o veículo em um carregador.

Para o Brasil, nos próximos anos, híbridos são mais viáveis

É justamente por essa característica que, aqui no Brasil, os carros híbridos serão ainda mais viáveis  e práticos de se usar que os elétricos, especialmente para quem costuma viajar. Não por acaso, como mencionamos, serão os híbridos, e com tecnologia flex o principal foco das maiores montadoras já instaladas por aqui pelos próximos anos.

Somando todos os processos industriais de produção, distribuição e até da queima do combustível, veículos híbridos e abastecidos com etanol proporcionam um total consideravelmente menor de emissões de carbono que os que utilizam derivados de petróleo. 

E isso será fundamental para que o Brasil cumpra os compromissos de sustentabilidade ambiental que assumiu em relação aos acordos climáticos chancelados pelas Nações Unidas, e que determinam metas claras para a redução das emissões.

O único problema desses modelos híbridos, especialmente os HEV e PHEV, é que eles tendem a ser mais caros. Tanto em relação aos a combustão comum, quanto em comparação aos 100% elétricos. Isso, em parte, está sendo contornado com isenções e estímulos de programas governamentais.

Mas e os carros elétricos?

Embora os modelos híbridos devam, mesmo, ser o carro-chefe (com trocadilho) da indústria por aqui nos próximos anos, e desse boom inicial de vendas tender a diminuir com o tempo, teremos veículos elétricos produzidos no Brasil e sua importação seguirá forte.

Marcas e modelos mais caros – como os da Volvo, que têm ótima aceitação em seu segmento de luxo, e também de marcas tradicionais como Mercedes, BMW, Audi; além de novatas por aqui, como a Seres – tendem a aumentar suas vendas, mas dificilmente extrapolarão os números atuais de unidades de sua faixa de preço.

E, embora também estejam investindo pesado em carros elétricos lá fora, nos próximos anos, outras montadoras, como Renault, Ford, Nissan, Chevrolet e Volkswagen seguirão apenas importando alguns poucos modelos, e, aqui, vão se dedicar, mesmo, aos híbridos.

O grande volume dos elétricos, mesmo, virá – e, na verdade, já está vindo – das marcas chinesas, com modelos de preço mais acessível. Com a questão dos pontos de reabastecimento de baterias equacionado, esses carros são bem práticos – e econômicos – para o dia a dia urbano.

E isso nos leva a uma previsão um tanto óbvia: embora não se tornem maioria nas ruas, pelo menos nos próximos 10 anos, os elétricos vão dominar, e relativamente rápido, o mercado para frotas, táxis, aplicativos, carros de serviços privados e públicos (como ônibus, polícia, bombeiros e ambulâncias) e de entregas.

Nesse tipo de uso, os veículos elétricos são praticamente imbatíveis, em termos de custos de operação e de manutenção. E, de quebra, ajudam a divulgar uma imagem de compromisso com a sustentabilidade para empresas e governos.

Sabe aquele clássico Uno com a escada no teto? Em pouco tempo, estará totalmente extinto – substituído por um modelo projetado na Ásia, produzido no interior do Brasil e alimentado com baterias carregadas com energia limpa. E isso até que é bem bacana.

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