Materiais inusitados usados na fabricação de carros

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A empresa Oak Ridge apresentou no Salão de Detroit deste ano uma réplica do Shelby Cobra com peças feitas totalmente na impressora 3D

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O McLaren F1, lançado no começo da década de 1990, usava fibra de carbono no chassi e na carroceria

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Um dos primeiros carros de passeio a contar com chassi e carroceria totalmente feitos com alumínio é o sedã de luxo Audi A8

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O Range Rover Vogue possui toda a parte estrutural, bem como o chassi, produzidos com alumínio do tipo aeronáutico

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O Fiat Tipo trazia a tampa traseira totalmente feita de material plástico em vez do tradicional aço do restante da carroceria

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Modelos da Volkswagen, como a picape Saveiro, utilizam tecido reciclado a partir de garrafas PET na cabine

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O conceito Fiat Uno Ecology, apresentado em 2010, usava bancos feitos de látex e fibra de coco

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A Peugeot mostrou no Salão de São Paulo deste ano o conceito 208 Natural, que usava couro dos peixes pirarucu e salmão nos bancos

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Há muito tempo, a maioria dos carros tem chassi e carroceria feitos de aço, trazendo vários componentes, como para-choques e painel, compostos de matéria plástica. Mas nem sempre é assim: há anos, protótipos em salões automotivos provam que carro pode ser feito de uma série de outros materiais nem tão comuns, como bambu e fibra de coco.

Hoje, você pode até não saber, mas vários modelos, inclusive dos mais baratos, têm componentes obtidos através de materiais reciclados, como garrafas PET, tudo em nome da sustentabilidade e da redução do impacto ambiental no processo produtivo. Tem também o outro lado, o do alto desempenho: há pouco mais de duas décadas, automóveis esportivos e de luxo começaram a utilizar extensivamente alumínio e fibra de carbono para a redução de peso e, consequentemente, menor consumo e maior aceleração. É a indústria automotiva que não para de se reinventar. Veja alguns exemplos de carros feitos com materiais fora do comum.

Oak Ridge Shelby Cobra

A onda da impressora 3D, com a qual dá para produzir quase qualquer coisa usando composto plástico, chegou aos automóveis. No mais recente Salão de Detroit (EUA), realizado no começo deste mês, a empresa Oak Ridge apresentou uma réplica do Shelby Cobra com peças feitas totalmente na impressora em um processo que levou poucas semanas. O material usado para construir o carro é uma mistura de plástico e fibra de carbono, combinados em espécies de “chapas” que lembram papelão ondulado e depois são moldadas e prensadas, no caso do chassi. O motor do protótipo é elétrico.

McLaren F1

Por falar em fibra de carbono, esse material nascido para as pistas de corrida, hoje usado extensamente em carros de competição por conta do baixo peso e da alta resistência, já está presente em carros de passeio, ainda que hoje a tecnologia esteja restrita a modelos caros, esportivos ou de luxo. Considerando automóveis de produção seriada, o pioneiro foi o McLaren F1, lançado no começo da década de 1990 e que usava fibra de carbono no chassi e na carroceria. Tudo para pesar cerca de uma tonelada e acelerar a mais de 380 km/h.

Audi A8

A fibra de carbono é uma grande aliada para a redução do peso de um carro, mas não é o único material a proporcionar essa grande vantagem. O alumínio, caro porém mais acessível que a fibra, aos poucos vai ganhando espaço no mundo automotivo. O mais comum é vê-lo em rodas e, mais recentemente, em motores, como o do Ford Fiesta. Mas à medida que o preço do veículo sobe, mais alumínio ele poderá ter. Um dos primeiros carros de passeio a contar com chassi e carroceria totalmente feitos com o metal é o sedã de luxo Audi A8, cuja primeira geração chegou em 1994. Até hoje esse Audi é produzido com alumínio.

Range Rover Vogue

Utilitário esportivo é um carro grande, alto e naturalmente pesado por razões óbvias. Mas não precisa ser tão pesado: a nova geração do SUV de luxo inglês Range Rover Vogue, da Land Rover, chegou em 2013 fazendo barulho como fez o Audi A8 há mais de 20 anos: é o primeiro modelo da sua categoria a ter toda a parte estrutural, bem como o chassi, produzidos com alumínio – do tipo aeronáutico, gaba-se a Land Rover. De acordo com a montadora britânica, graças ao uso extensivo do metal leve, o modelo conseguiu, apesar das proporções mastodônticas, emagrecer 420 kg. Com esse regime, a versão a diesel pesa “apenas” 2.330 kg, enquanto a configuração a gasolina pesa 2.360 kg.

Fiat Tipo

Os mais velhos vão se lembrar do Tipo, hatch médio da Fiat que chegou na década de 1990 como uma alternativa mais barata ao Volkswagen Golf, sem abrir mão de um design atual para a época. Inicialmente importado da Itália  e feito no Brasil no fim de sua vida, o Tipo prezava a modernidade e um dos seus diferenciais ficava na tampa traseira, totalmente feita de material plástico em vez do tradicional aço do restante da carroceria. Além de permitir uma redução de peso, o plástico não amassava e dava uma aliviada também na hora da manutenção. Hoje, talvez você não saiba, mas outros carros usam essa tática: os para-lamas dianteiros do Renault Clio, por exemplo, são de plástico.

VW Saveiro, Gol e outros

Modelos da Volks como a Saveiro e o Gol fazem uso em larga escala há alguns anos de tecido reciclado a partir de garrafas PET (aquelas de refrigerante) em grande parte da cabine, seguindo a linha da sustentabilide e mantendo os mesmos conforto e padrão de acabamento de um tecido comum, não proveniente da reciclagem. Modelos da Ford, como o Novo Ka e o Escosport, também embarcaram nessa onda, surfada hoje por diversas montadoras por questões de custo e também de imagem. De fato, a reciclagem é algo que veio para ficar, inclusive no mundo automotivo.

Fiat Uno Ecology

Seguindo essa tendência sustentável e ecológica, a Fiat apresentou em 2010, na época do lançamento da atual geração do Uno, a versão conceitual Ecology como uma demonstração do uso viável de uma série de materiais alternativos em um veículo. Os bancos, por exemplo, eram produzidos a partir de matéria-prima como látex e fibra de coco no lugar do poliuretano convencional, enquanto uma série de revestimentos vinha de plástico feito de garrafas PET recicladas. Várias peças plásticas eram provenientes do bagaço da cana de açúcar.

Peugeot 208 Natural

No mais recente Salão do Automóvel de São Paulo, no fim do ano passado, um dos carros no estande da Peugeot era um protótipo do 208 denominado Natural, que servia para demonstrar a possibilidade de uso de uma série de materiais considerados exóticos para um carro, tais como couro dos peixes pirarucu e salmão em bancos e outros revestimentos, isolamento acústico feito com cortiça e bambu e mármore no teto.

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