Brasil avança em conteúdo vídeo-digital

Uma desmontagem virtual de um Toyota Land Cruiser FJ 20/30 a gasolina, com a ajuda de filme e animações digitais com áudio, bateu recorde de 257.000 visualizações no meu perfil no Linkedin.

O utilitário foi fabricado entre 1955 e 1967 no Japão. Os primeiros que vieram para o Brasil eram desse modelo, rebatizado de Bandeirante. Produzidos em São Bernardo do Campo (SP) entre 1958 e 2001, receberam poucas atualizações visuais em 43 anos, além de utilizarem motores diesel Mercedes-Benz.

Criou fama de extrema robustez, mas certamente o que atraiu audiência foi a perfeição da produção vídeo-digital.

Este filme foi produzido no exterior. Mas o Brasil tem se tornado referência internacional nas produções de conteúdo digital,
principalmente para publicidade, por meio da tecnologia 3D hiper-realista integrada à filmagem convencional, que enriquecem a
narrativa e dão maior poder para a criatividade.

Inovação e tecnologia estão presentes não apenas nos carros atuais, mas também na forma de trabalhar sua imagem para o público.

À medida que o comportamento do consumidor continua mudando e se torna uma experiência cada vez mais online, as marcas
precisam encontrar novas maneiras de se conectar com seus clientes, além de relevância e experiência nesse ambiente. Significa que profissionais de marketing e agências buscam novas formas de desenvolver histórias atraentes para se diferenciar da acirrada
concorrência do digital.

Fiat e VW foram as primeiras fabricantes a utilizar filmes deste tipo em comerciais para a TV. A Honda desde 2016 concentrou a sua propaganda audiovisual nessa técnica.

A campanha do novo City hatch da agência Publicis e produção do estúdio Miagui, uma das marcas pioneiras a trabalhar com estas
soluções, foi 100% virtual para o mercado brasileiro. Com duração de 60 segundos, o filme foi totalmente produzido em CGI (sigla
em inglês para Imagens Geradas por Computador). Os recursos em 3D permitem grande liberdade criativa, transportando o
espectador para dentro da cena.

Tudo por meio de movimentos de câmera inusitados, criação de cenários nunca antes vistos e demonstração de itens como o motor
em funcionamento.

Na produção digital é possível construir um conteúdo antes mesmo de o carro ser produzido e sem a necessidade de colocar os pneus no asfalto. Esse conjunto de benefícios faz da produção 3D um dos elementos de transformação digital do segmento.

Conexão entre o real e o virtual abre a necessidade de integrar diferentes experiências. No exemplo acima estão envolvidos o diretor de criação da agência publicitária, a consultoria especializada em urbanismo para estabelecer sensação e percepção verossímeis do funcionamento real de uma cidade (da mobilidade do trânsito à iluminação e arquitetura das edificações) e o diretor de fotografia digital responsável pela mágica de transpor tudo para a virtualização.

Em geral o público quase não consegue distinguir se a propaganda que está vendo foi feita com elementos 100% reais – carro,
paisagem e personagens físicos – ou digitais. A indústria tem ficado cada vez mais assertiva na forma de integrar as técnicas e
tecnologias para entregas de alta performance e complexidade.

O virtual permite ainda passar a mensagem de um carro a partir de cenários que seriam quase impossíveis de serem acessados,
como um utilitário em uma montanha. E isso tem impacto até na relação custo-benefício de toda uma campanha.

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